Psoríase

O que é?

A Psoríase é uma doença inflamatória, crônica, com períodos de remissão e piora, potencialmente incapacitante e sem cura. É causada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais e não é transmitida pelo contato (não é contagiosa), mas acaba gerando preconceito e constrangimento pelo desconhecimento dessa condição pela população geral.

 

A doença atinge igualmente homens e mulheres, pode surgir em qualquer idade, mas concentra seus picos de incidência em torno dos 30 e após os 50 anos. Pode aparecer em qualquer parte do corpo, se apresentando desde poucas lesões até acometimento difuso do corpo.

 

Os locais mais comuns onde as lesões surgem são: couro cabeludo, cotovelos, joelhos, palmas, plantas, unhas.

 

Tipos de Psoríase:

 

  • Psoríase em placas ou vulgar: forma mais comum de psoríase e representa 85-90% de todos os casos, com placas avermelhadas na pele, cobertas com escamas esbranquiçadas ou prateadas, que podem doer e até sangrar. As lesões podem atingir qualquer área do corpo, embora sejam mais comuns no couro cabeludo, cotovelos e joelhos.

 

  • Psoríase artropática (artrite psoriásica): tipo de psoríase na qual as articulações também são afetadas, além da pele. Atinge de 10-40% dos pacientes com psoríase, pode causar muita dor e se não tratada pode levar a deformidades.

 

  • Psoríase invertida: atinge regiões úmidas da pele (dobras), como axilas, virilha e a região abaixo da mama. Produz lesões avermelhadas, porém sem escamas. Os sintomas podem se agravar com o suor e atrito da pele.

 

  • Psoríase gutata (ou psoríase em gota): consiste em pequenas, porém numerosas lesões em forma de gotas, predominantemente no tronco, braços e pernas. Suspeita-se que a psoríase em gota possa ser desencadeada por infecções bacterianas.

 

  • Psoríase pustulosa: tipo raro, caracterizado pelo aparecimento de vesículas ou bolhas de pus não infeccioso, com pele avermelhas na região. Geralmente palmoplantar, mas pode ser difusa, gerando até febre, calafrios, coceira intensa e fadiga.

 

  • Psoríase eritrodérmica: apresenta uma vermelhidão generalizada. É o tipo menos comum da psoríase. Os sintomas podem ser desencadeados nos pacientes com psoríase, devido a agressões à pele, como queimaduras, pela interrupção abrupta do uso de medicamentos (como corticoides), infecções ou pela falta de controle de outro tipo de psoríase.

 

  • Psoríase ungueal: atinge as unhas das mãos e pés. As unhas podem descolar, deformar ou esfarelar.

 

Condições associadas:

 

Cerca de 70% dos brasileiros que têm psoríase apresentam ao menos um problema de saúde relacionado à doença. A maioria (75%) tem sobrepeso ou obesidade. Outras associações comuns são: hipertensão (32%), colesterol alto (25%) e diabetes (17%), fatores de risco para cardiopatias. A pesquisa também forneceu evidências de que pessoas com psoríase apresentam um risco maior de desenvolver problemas emocionais, como ansiedade (39%), depressão (26%) e alcoolismo (17%). Os dados foram baseados em um levantamento com 877 pacientes atendidos em 26 centros especializados em psoríase localizados em dez estados brasileiros.

 

Outra condição que pode fazer parte da doença psoriásica é a Uveíte. Se trata de inflamação, dor e vermelhidão ocular, que deve ser rapidamente tratada para evitar sequelas.

 

Doenças inflamatórias intestinais também podem vir associadas à psoríase, então vale a pena investigar com um gastroenterologista se você tem diarreia recorrente, principalmente se apresentar sangramento, pus ou muco.

 

O papel da família e dos amigos:

 

A psoríase costuma afetar a qualidade de vida dos pacientes, indo muito além de um problema de pele, ao gerar impactos funcionais e psicossociais. Até mesmo pessoas que manifestam sinais e sintomas leves a moderados da doença relatam impacto em suas atividades diárias e relacionamentos. O apoio da família é fundamental, dando força para a continuidade no tratamento e também evitando o isolamento.

Muitas vezes, o paciente sente vergonha da aparência das placas avermelhadas e escamas esbranquiçadas, que surgem na pele durante as crises. E a iniciativa de isolamento parte do próprio paciente. Por isso, é importante que os amigos e familiares ofereçam apoio e estejam presentes. Por vezes, o acompanhamento com psicólogos ou psiquiatras se faz necessário, para que haja melhor controle da doença psoriásica.

 

Tratamento:

Não existe cura para a psoríase. No entanto, existem vários tratamentos que podem controlar os sintomas, minimizando a dor, as lesões de pele e a qualidade de vida do paciente.

 

Estes tratamentos podem incluir pomadas de corticosteroides, pomadas de derivados da vitamina D3, antifúngicos, cremes com ação anti-inflamatória, hidratantes, fototerapia (luz ultravioleta) e medicamentos imunossupressores (drogas modificadoras de doença via oral ou biológicos injetáveis).

 

Mesmo sem ter cura, é fundamental que o paciente procure seguir o tratamento assim que receber o diagnóstico. A falta de cuidado pode evoluir para doenças mais graves e uma dificuldade maior em controlar a inflamação, tanto da pele quanto sistêmica (internamente). Somente o médico dermatologista pode indicar a melhor terapia para a psoríase, avaliando cada caso individualmente.

 

A PSORÍASE NÃO É CONTAGIOSA, RESPEITO É!