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Dermatologia

Principais doenças

Acne (espinhas)

A Acne ocorre quando há um processo inflamatório das glândulas sebáceas e dos folículos pilossebáceos, gerando os famosos cravos e espinhas.

Apesar de muito frequente na adolescência, pode surgir também em adultos, principalmente nas mulheres.

As lesões aparecem mais frequentemente na face, porém podem ocorrer em outras partes do corpo, como costas, ombros e colo.

Os sintomas principais são: comedões (cravos); pápulas (lesões sólidas arredondadas, endurecidas e avermelhadas); pústulas (lesões com pus); nódulos (lesões inflamatórias em camadas mais profundas da pele que podem levar à destruição de tecidos, causando cicatrizes) e cistos (também mais profundos, inflamados ou não, com conteúdo sebáceo, podendo ser muito dolorosos e deixar cicatrizes).⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀

Pode ocorrer piora relacionada às situações de estresse ou alterações hormonais (síndrome dos ovários policísticos, período menstrual, etc). Outros fatores que influenciam são o uso de medicamentos como corticoides, vitaminas do complexo B, exposição exagerada ao sol, contato com óleos, graxas ou produtos gordurosos. ⠀⠀⠀⠀⠀

O tratamento varia de acordo com a gravidade, localização e características individuais do paciente. Verificamos se há lesões não-inflamatórias (“cravos”) e/ou inflamatórias (“espinhas”, nódulos, cistos) e/ou cicatrizes. De forma geral, é feito com sabonetes antioleosidade, medicações orais e produtos tópicos, como retinoides, antibióticos e outros. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

Procure um dermatologista para avaliar seu caso. Jamais ‘esprema’ cravos e espinhas, isso só piora o quadro! Outros procedimentos clínicos podem ser realizados, a fim de acelerar a melhora, porém, não substituem o tratamento convencional. Já para os casos onde a acne deixa cicatrizes, podemos avaliar tratamentos como o microagulhamento, peelings e lasers.

Melasma

Melasma é uma condição crônica e recidivante, caracterizada pela hiperpigmentação da pele, decorrente da deposição aumentada de melanina, substância responsável pela coloração da pele e prevenção dos danos pela radiação ultravioleta no DNA.

O transtorno resulta na formação de manchas castanho-escuras ou marrom-acinzentadas, com limites bem demarcados, mas formato irregular. Elas aparecem no rosto com maior frequência, porém também podem surgir em áreas como colo, pescoço e braços.

Além de fatores hormonais e da exposição aos raios solares, a predisposição genética também influencia no surgimento desta condição.

Tratamento:

Não há cura para o melasma, mas existem diversas formas de obter o controle adequado. Os cuidados se iniciam em casa, com aplicação de cremes à base de ácido retinoico ou glicólico, hidroquinona, ácido kójico, arbutin, entre outros clareadores. As vitaminas C e E tópicas são ótimos antioxidantes e potencializam o efeito clareador. O uso do filtro solar é imprescindível, e deve ser aplicado, rigorosamente, a cada 2 ou 3 horas. Quem tem melasma deve procurar por filtros que tenham proteções contra os raios ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB) e de preferência com cor de base. Consulte seu dermatologista para a melhor indicação de acordo com seu tipo de pele. Outra dica é o uso de chapéus, guarda-sóis e até guarda-chuvas com proteção UV.

No consultório, o tratamento pode ser feito através de peelings clareadores, lasers e microagulhamento, com ou sem uso de substâncias clareadoras em seguida (grug delivery).

Psoríase

O que é?

A Psoríase é uma doença inflamatória, crônica, com períodos de remissão e piora, potencialmente incapacitante e sem cura. É causada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais e não é transmitida pelo contato (não é contagiosa), mas acaba gerando preconceito e constrangimento pelo desconhecimento dessa condição pela população geral.

A doença atinge igualmente homens e mulheres, pode surgir em qualquer idade, mas concentra seus picos de incidência em torno dos 30 e após os 50 anos. Pode aparecer em qualquer parte do corpo, se apresentando desde poucas lesões até acometimento difuso do corpo.

Os locais mais comuns onde as lesões surgem são: couro cabeludo, cotovelos, joelhos, palmas, plantas, unhas.

Tipos de Psoríase:

  • Psoríase em placas ou vulgar: forma mais comum de psoríase e representa 85-90% de todos os casos, com placas avermelhadas na pele, cobertas com escamas esbranquiçadas ou prateadas, que podem doer e até sangrar. As lesões podem atingir qualquer área do corpo, embora sejam mais comuns no couro cabeludo, cotovelos e joelhos.
  • Psoríase artropática (artrite psoriásica): tipo de psoríase na qual as articulações também são afetadas, além da pele. Atinge de 10-40% dos pacientes com psoríase, pode causar muita dor e se não tratada pode levar a deformidades.
  • Psoríase invertida: atinge regiões úmidas da pele (dobras), como axilas, virilha e a região abaixo da mama. Produz lesões avermelhadas, porém sem escamas. Os sintomas podem se agravar com o suor e atrito da pele.
  • Psoríase gutata (ou psoríase em gota): consiste em pequenas, porém numerosas lesões em forma de gotas, predominantemente no tronco, braços e pernas. Suspeita-se que a psoríase em gota possa ser desencadeada por infecções bacterianas.
  • Psoríase pustulosa: tipo raro, caracterizado pelo aparecimento de vesículas ou bolhas de pus não infeccioso, com pele avermelhas na região. Geralmente palmoplantar, mas pode ser difusa, gerando até febre, calafrios, coceira intensa e fadiga.
  • Psoríase eritrodérmica: apresenta uma vermelhidão generalizada. É o tipo menos comum da psoríase. Os sintomas podem ser desencadeados nos pacientes com psoríase, devido a agressões à pele, como queimaduras, pela interrupção abrupta do uso de medicamentos (como corticoides), infecções ou pela falta de controle de outro tipo de psoríase.
  • Psoríase ungueal: atinge as unhas das mãos e pés. As unhas podem descolar, deformar ou esfarelar.

 

Condições associadas:

Cerca de 70% dos brasileiros que têm psoríase apresentam ao menos um problema de saúde relacionado à doença. A maioria (75%) tem sobrepeso ou obesidade. Outras associações comuns são: hipertensão (32%), colesterol alto (25%) e diabetes (17%), fatores de risco para cardiopatias. A pesquisa também forneceu evidências de que pessoas com psoríase apresentam um risco maior de desenvolver problemas emocionais, como ansiedade (39%), depressão (26%) e alcoolismo (17%). Os dados foram baseados em um levantamento com 877 pacientes atendidos em 26 centros especializados em psoríase localizados em dez estados brasileiros.

Outra condição que pode fazer parte da doença psoriásica é a Uveíte. Se trata de inflamação, dor e vermelhidão ocular, que deve ser rapidamente tratada para evitar sequelas.

Doenças inflamatórias intestinais também podem vir associadas à psoríase, então vale a pena investigar com um gastroenterologista se você tem diarreia recorrente, principalmente se apresentar sangramento, pus ou muco.

O papel da família e dos amigos:

A psoríase costuma afetar a qualidade de vida dos pacientes, indo muito além de um problema de pele, ao gerar impactos funcionais e psicossociais. Até mesmo pessoas que manifestam sinais e sintomas leves a moderados da doença relatam impacto em suas atividades diárias e relacionamentos. O apoio da família é fundamental, dando força para a continuidade no tratamento e também evitando o isolamento.

Muitas vezes, o paciente sente vergonha da aparência das placas avermelhadas e escamas esbranquiçadas, que surgem na pele durante as crises. E a iniciativa de isolamento parte do próprio paciente. Por isso, é importante que os amigos e familiares ofereçam apoio e estejam presentes. Por vezes, o acompanhamento com psicólogos ou psiquiatras se faz necessário, para que haja melhor controle da doença psoriásica.

Tratamento:

Não existe cura para a psoríase. No entanto, existem vários tratamentos que podem controlar os sintomas, minimizando a dor, as lesões de pele e a qualidade de vida do paciente.

Estes tratamentos podem incluir pomadas de corticosteroides, pomadas de derivados da vitamina D3, antifúngicos, cremes com ação anti-inflamatória, hidratantes, fototerapia (luz ultravioleta) e medicamentos imunossupressores (drogas modificadoras de doença via oral ou biológicos injetáveis).

Mesmo sem ter cura, é fundamental que o paciente procure seguir o tratamento assim que receber o diagnóstico. A falta de cuidado pode evoluir para doenças mais graves e uma dificuldade maior em controlar a inflamação, tanto da pele quanto sistêmica (internamente). Somente o médico dermatologista pode indicar a melhor terapia para a psoríase, avaliando cada caso individualmente.

A PSORÍASE NÃO É CONTAGIOSA, RESPEITO É!

Rosácea

A rosácea é uma doença vascular inflamatória crônica muito conhecida por promover vermelhidão e sensação de ardência na pele, principalmente no centro da face, que pode ter períodos de melhora e de piora. A doença envolve diversos fatores (genéticos, emocionais , hormonais e ambientais).

As áreas mais afetadas são bochechas, nariz, testa e queixo. Ocorre principalmente em adultos entre 30 e 50 anos de idade. É mais frequente em mulheres, porém quando atinge os homens o quadro tende a ser mais grave, evoluindo continuamente com rinofima (aumento gradual do nariz por espessamento e dilatação folículos). Raramente ocorre em pessoas de pele negra.

Os sintomas surgem ou pioram pela ação de fatores como luz solar, calor, frio, vento, álcool, stress e alimentos quentes.

Tipos:

– Eritemato telangectasia: mais comum, pele vermelha e com os vasos aparentes.

– Pápulopustular: além da vermelhidão e sensação de ardência, há o surgimento de lesões pápulo-pustulosas, que se assemelham com espinhas.

– Fimatosa: a inflamação torna a pele mais espessa e vermelha, em alguns casos, áreas como o nariz podem dobrar de tamanho. Neste caso, além dos tratamentos comuns, pode haver a necessidade de cirurgia, para reduzir o volume de pele.

– Ocular: normalmente perto dos cílios, causando descamação e vermelhidão das pálpebras, e até olho vermelho – o tratamento é indicado por oftalmologista e se não tratado, pode afetar a visão do paciente.

O diagnóstico é clínico, porém, em alguns casos a biópsia pode ser importante para diagnostico diferencial com outras patologias.

Não há cura para a rosácea, mas há tratamento e controle, com muitos avanços recentes.

O tratamento varia de caso a caso, desde cremes e medicações via oral até a Luz intensa pulsada, que ajuda a reduzir os vasos e tratar a vermelhidão.

Para o rinofima, a abordagem pode ser a cirurgia, radiofrequência, dermoabrasão ou laser.

O médico dermatologista avalia o grau, a fase e a pessoa como um todo para indicar o melhor tratamento.

Como a radiação ultravioleta é um desencadeante importante, é fundamental o uso de filtros solares diariamente no rosto.

Alopecias

O termo Alopecia significa a perda temporária ou definitiva, senil ou prematura, total ou parcial, de pelos e cabelos.

As alopecias são divididas em dois conjuntos: alopecias cicatriciais (queda permanente e irreversível) e alopecias não-cicatriciais (é possível a recuperação dos fios).

Alguns tipos:

· Alopecia Areata: causada por fatores autoimunes, podendo ser desencadeado por stress, caracterizada por processo inflamatório na raiz dos pelos, levando à intensa queda de cabelo em determinadas áreas, geralmente formando “clareiras”.

· Androgenética: também chamada de calvície, é causada por fatores genéticos, associados às alterações no metabolismo da testosterona, e por isso é mais frequente nos homens.

· Por tração ou trauma: resultado de agentes externos ao organismo, que causam lesões no couro cabeludo, gerando a queda dos cabelos. Podem ser secadores de cabelos, chapinhas, penteados e até a tricotilomania (mania na qual a pessoa tem o comportamento de puxar os próprios cabelos).

· Por medicamentos: a queda dos cabelos é secundária a uma reação orgânica ao uso de determinado medicamento. Por exemplo: anticoagulantes, citostáticos, ácido valpróico, mercúrio, altas doses de vitamina A, e é claro, a quimioterapia.

· Seborreica: causada por uma dermatite, que pode ser tratada com o uso de medicamentos.

· Difusa (Eflúvio): o eflúvio é um período normal em que o cabelo cai naturalmente, mas quando este mecanismo encontra-se desregulado, pode haver um período maior e mais intenso de queda de cabelo. Pode ocorrer após stress psicológico ou fisiológico (cirurgias, doenças sistêmicas, febre, etc).

· Cicatricial: caracterizada por causar dano irreversível aos folículos dos pelos. Existem diverso tipos diferentes dessa manifestação, primários ou secundários a alguma doença sistêmica (ex;lupus)

O tratamento é de acordo com o tipo de alopecia, portanto, consulte seu dermatologista.

Buloses

As doenças bolhosas são dermatoses onde as vesículas e bolhas constituem a manifestação cutânea principal do processo patogênico.

  • Dermatoses bolhosas auto-imunes:
  • Dermatite herpertiforme
  • Dermatose por IgA linear
  • Epidermólise bolhosa adquirida
  • Pênfigo foliáceo
  • Pênfigo vulgar
  • Penfigóide bolhoso

Pênfigos (mais comuns):

Trata-se de um grupo de doenças com comprometimento cutâneo e muitas vezes mucoso, que possui como característica comum a presença de bolhas na pele.

Pênfigo foliáceo

  • Não-endêmico: normalmente ocorre em pacientes entre 50-70 anos.
  • Endêmico ou fogo selvagem: incide mais em adulto jovem e crianças que vivem próximos a córregos e rios. Pênfigo foliáceo brasileiro. O mosquito borrachudo pode ser o ‘vilão’.
  • Eritematoso (Senear-Usher): é uma forma benigna, que se apresenta com bolhas superficiais sobre o couro cabeludo e a face; é semelhante à dermatite seborreica, ou pode ainda simular a erupção em “asa de borboleta” do lúpus.

Características gerais: bolhas superficiais que se rompem com facilidade, deixando áreas erosadas, e com crostas. Há aumento da sensibilidade ao frio e piora com o sol (fotossensibilidade). Pode desencadear queda de cabelo e fissuras nas mãos e pés.

Pênfigo vulgar

É a forma mais grave, que ocorre geralmente entre a 4ª e 6ª décadas de vida.

Começa com lesões ulceradas na mucosa (boca). Mais de 50% dos pacientes têm gengivoestomatite recorrente. Pode ter esofagite com dificuldade para ingerir alimentos. As lesões podem deixar áreas exulceradas mais profundas, com aspecto de queimadura.

Pode levar à queda de cabelo e alteração nas unhas. É muito comum o paciente sentir coceira, além de dor.

Pode acometer toda a pele do corpo.

Tratamento:

O pênfigo foliáceo e vulgar normalmente respondem bem ao corticoide oral ou intravenoso, pode ainda ser necessário o uso de cremes específicos para aliviar as lesões.

Em formas mais severas, podemos associar corticoide com ciclosporina, MTX, azatioprina, plasmaférese – Outras indicações podem ser com uso de ciclofosfamida, micofenolato de mofetil.

O diagnóstico pode ser realizado através de exame citológico e histopatológico.

PENFIGOIDES

São dermatoses bolhosas com comprometimento subepidérmico. Bolha possui ‘teto’ mais espesso (toda a epiderme).

Penfigoide bolhoso

O penfigoide bolhoso é uma doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico ataca a pele e provoca bolhas.

Características: bolhas grandes e tensas, com fundo claro ou hemorrágico, que aparecem sobre pele normal ou eritematosa. Também podem surgir somente com prurido. Ocorre mais nas áreas flexurais (face interna das coxas, virilhas, axilas, parte inferior do abdome), com tendência a simetria. Pode comprometer a mucosa oral. Tem remissões e exacerbações. Doença limitada. Sem cicatriz.

Diagnóstico é através dos exames citológico e histopatológico. Pode ser indicado realizar imunofluorescência direta. Possui aumento de IgE e eosinofilia.

Tratamento é à base de corticoide tópico e/ou via oral. Atinge mais os idosos.

Penfigóide cicatricial ou penfigóide benigno das mucosas

Também é mais comum no paciente idoso e entre mulheres. É crônica e rara.

A diferença para o penfigoide bolhoso é por atingir predominantemente mucosa e ser associado à cicatriz. Acomete principalmente mucosa oral e ocular. Lesões na pele ocorrem em menos de 40% dos casos.

Possíveis complicações associadas: sinéquias palpebrais, comprometimento córneo, cegueira, aderência entre as mucosas, estreitamento esofágico e anogenital.

Diagnóstico é através dos exames citológico e histopatológico. Pode ser indicado realizar imunofluorescência direta.

O tratamento requer uso de imunossupressores.

Dermatite herpetiforme ou dermatite de Duhring-Brocq

Leva ao surgimento de lesões de origem imunológica, associadas a uma doença intestinal por sensibilidade ao glúten (doença celíaca).

É uma condição crônica, de longa duração, oscila entre períodos de exacerbação dos sintomas e de melhora.

Caracterizada pela formação de lesões, inicialmente papulosas avermelhadas, que evoluem para vesículas (pequenas bolhas), progredindo para grandes e tensas erupções, semelhante ao aspecto do herpes, daí o nome herpetiforme, mas sem ter relação alguma com esta outra doença. Acomete principalmente áreas extensoras dos braços, coxas e nádegas.

As lesões cutâneas diminuem com dieta sem glúten.

É mais frequente em adultos do sexo masculino.

Doenças associadas: doença de Hashimoto, diabetes, anemia perniciosa, linfoma do trato gastrointestinal. Ocorre em 25% dos pacientes com doença celíaca.

O diagnóstico é através dos exames citológico e histopatológico. Pode ser indicado realizar imunofluorescência direta. Esteatorreia, absorção anormal de d-xilose.

O tratamento requer orientação com nutricionista – dieta sem glúten + sulfona.

Deve-se evitar alimentos como: pães, bolos, biscoitos, massas, salgadinhos, leite maltado e outros produtos que contenham farinha de trigo, cevada, aveia e centeio.

Em alguns casos usamos a colchicina.

Dermatose por IgA linear e dermatose bolhosa crônica da infância

A dermatose bolhosa crônica da infância usualmente começa em crianças em idade pré-escolar. As lesões são vésico-bolhas tensas, com fluido claro ou hemorrágico. O aparecimento é rápido, mas sem comprometimento sistêmico. Acomete as mucosas oral e conjuntival.

Tratamento podemos usar lítio, vancomicina, diclofenaco, captopril, furosemida, amiodarona.

Epidermólise bolhosa adquirida

É uma dermatose rara (0,25 por milhão), crônica, em que os pacientes apresentam bolhas subepidérmicas adquiridas, induzidas por trauma em distribuição acral ou um quadro do penfigóide bolhoso.

Pode ocorrer em todas as faixas etárias. Surge em regiões extensoras dos cotovelos e as regiões dorsais das mãos e dos pés. A cura geralmente provoca cicatrizes, mílio (cistos superficiais de inclusão epidérmica) e hiperpigmentação. Alguns pacientes têm unhas distróficas, envolvimento das mucosas ou lesões oculares.

O diagnóstico da epidermólise bolhosa adquirida é confirmado por biopsia da pele e imunofluorescência direta.

Tratamento: em crianças, corticoides em combinação com dapsona. Em adultos e em pessoas com doença mais grave, corticoides, dapsona, colchicina, ciclosporina, micofenolato de mofetila, globulina imune IV e azatioprina, costumam ser bem-sucedidos.

Mieloma múltiplo, amiloidoses, linfoma, doença inflamatória intestinal (doença de Chron e retocolite ulcerativa) e lúpus eritematoso sistêmico aumentam o risco de epidermólise bolhosa adquirida.

Câncer de Pele

As doenças bolhosas são dermatoses onde as vesículas e bolhas constituem a manifestação cutânea principal do processo patogênico.

  • Dermatoses bolhosas auto-imunes:
  • Dermatite herpertiforme
  • Dermatose por IgA linear
  • Epidermólise bolhosa adquirida
  • Pênfigo foliáceo
  • Pênfigo vulgar
  • Penfigóide bolhoso

Pênfigos (mais comuns):

Trata-se de um grupo de doenças com comprometimento cutâneo e muitas vezes mucoso, que possui como característica comum a presença de bolhas na pele.

Pênfigo foliáceo

  • Não-endêmico: normalmente ocorre em pacientes entre 50-70 anos.
  • Endêmico ou fogo selvagem: incide mais em adulto jovem e crianças que vivem próximos a córregos e rios. Pênfigo foliáceo brasileiro. O mosquito borrachudo pode ser o ‘vilão’.
  • Eritematoso (Senear-Usher): é uma forma benigna, que se apresenta com bolhas superficiais sobre o couro cabeludo e a face; é semelhante à dermatite seborreica, ou pode ainda simular a erupção em “asa de borboleta” do lúpus.

Características gerais: bolhas superficiais que se rompem com facilidade, deixando áreas erosadas, e com crostas. Há aumento da sensibilidade ao frio e piora com o sol (fotossensibilidade). Pode desencadear queda de cabelo e fissuras nas mãos e pés.

Pênfigo vulgar

É a forma mais grave, que ocorre geralmente entre a 4ª e 6ª décadas de vida.

Começa com lesões ulceradas na mucosa (boca). Mais de 50% dos pacientes têm gengivoestomatite recorrente. Pode ter esofagite com dificuldade para ingerir alimentos. As lesões podem deixar áreas exulceradas mais profundas, com aspecto de queimadura.

Pode levar à queda de cabelo e alteração nas unhas. É muito comum o paciente sentir coceira, além de dor.

Pode acometer toda a pele do corpo.

Tratamento:

O pênfigo foliáceo e vulgar normalmente respondem bem ao corticoide oral ou intravenoso, pode ainda ser necessário o uso de cremes específicos para aliviar as lesões.

Em formas mais severas, podemos associar corticoide com ciclosporina, MTX, azatioprina, plasmaférese – Outras indicações podem ser com uso de ciclofosfamida, micofenolato de mofetil.

O diagnóstico pode ser realizado através de exame citológico e histopatológico.

PENFIGOIDES

São dermatoses bolhosas com comprometimento subepidérmico. Bolha possui ‘teto’ mais espesso (toda a epiderme).

Penfigoide bolhoso

O penfigoide bolhoso é uma doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico ataca a pele e provoca bolhas.

Características: bolhas grandes e tensas, com fundo claro ou hemorrágico, que aparecem sobre pele normal ou eritematosa. Também podem surgir somente com prurido. Ocorre mais nas áreas flexurais (face interna das coxas, virilhas, axilas, parte inferior do abdome), com tendência a simetria. Pode comprometer a mucosa oral. Tem remissões e exacerbações. Doença limitada. Sem cicatriz.

Diagnóstico é através dos exames citológico e histopatológico. Pode ser indicado realizar imunofluorescência direta. Possui aumento de IgE e eosinofilia.

Tratamento é à base de corticoide tópico e/ou via oral. Atinge mais os idosos.

Penfigóide cicatricial ou penfigóide benigno das mucosas

Também é mais comum no paciente idoso e entre mulheres. É crônica e rara.

A diferença para o penfigoide bolhoso é por atingir predominantemente mucosa e ser associado à cicatriz. Acomete principalmente mucosa oral e ocular. Lesões na pele ocorrem em menos de 40% dos casos.

Possíveis complicações associadas: sinéquias palpebrais, comprometimento córneo, cegueira, aderência entre as mucosas, estreitamento esofágico e anogenital.

Diagnóstico é através dos exames citológico e histopatológico. Pode ser indicado realizar imunofluorescência direta.

O tratamento requer uso de imunossupressores.

Dermatite herpetiforme ou dermatite de Duhring-Brocq

Leva ao surgimento de lesões de origem imunológica, associadas a uma doença intestinal por sensibilidade ao glúten (doença celíaca).

É uma condição crônica, de longa duração, oscila entre períodos de exacerbação dos sintomas e de melhora.

Caracterizada pela formação de lesões, inicialmente papulosas avermelhadas, que evoluem para vesículas (pequenas bolhas), progredindo para grandes e tensas erupções, semelhante ao aspecto do herpes, daí o nome herpetiforme, mas sem ter relação alguma com esta outra doença. Acomete principalmente áreas extensoras dos braços, coxas e nádegas.

As lesões cutâneas diminuem com dieta sem glúten.

É mais frequente em adultos do sexo masculino.

Doenças associadas: doença de Hashimoto, diabetes, anemia perniciosa, linfoma do trato gastrointestinal. Ocorre em 25% dos pacientes com doença celíaca.

O diagnóstico é através dos exames citológico e histopatológico. Pode ser indicado realizar imunofluorescência direta. Esteatorreia, absorção anormal de d-xilose.

O tratamento requer orientação com nutricionista – dieta sem glúten + sulfona.

Deve-se evitar alimentos como: pães, bolos, biscoitos, massas, salgadinhos, leite maltado e outros produtos que contenham farinha de trigo, cevada, aveia e centeio.

Em alguns casos usamos a colchicina.

Dermatose por IgA linear e dermatose bolhosa crônica da infância

A dermatose bolhosa crônica da infância usualmente começa em crianças em idade pré-escolar. As lesões são vésico-bolhas tensas, com fluido claro ou hemorrágico. O aparecimento é rápido, mas sem comprometimento sistêmico. Acomete as mucosas oral e conjuntival.

Tratamento podemos usar lítio, vancomicina, diclofenaco, captopril, furosemida, amiodarona.

Epidermólise bolhosa adquirida

É uma dermatose rara (0,25 por milhão), crônica, em que os pacientes apresentam bolhas subepidérmicas adquiridas, induzidas por trauma em distribuição acral ou um quadro do penfigóide bolhoso.

Pode ocorrer em todas as faixas etárias. Surge em regiões extensoras dos cotovelos e as regiões dorsais das mãos e dos pés. A cura geralmente provoca cicatrizes, mílio (cistos superficiais de inclusão epidérmica) e hiperpigmentação. Alguns pacientes têm unhas distróficas, envolvimento das mucosas ou lesões oculares.

O diagnóstico da epidermólise bolhosa adquirida é confirmado por biopsia da pele e imunofluorescência direta.

Tratamento: em crianças, corticoides em combinação com dapsona. Em adultos e em pessoas com doença mais grave, corticoides, dapsona, colchicina, ciclosporina, micofenolato de mofetila, globulina imune IV e azatioprina, costumam ser bem-sucedidos.

Mieloma múltiplo, amiloidoses, linfoma, doença inflamatória intestinal (doença de Chron e retocolite ulcerativa) e lúpus eritematoso sistêmico aumentam o risco de epidermólise bolhosa adquirida.

Dermatite Atópica

Trata-se de um dos tipos mais comuns de alergia cutânea, caracterizada por eczema atópico.

A condição atinge cerca de 3% dos adultos e 20% das crianças em todo o mundo, de acordo com a Global Epidemiology and Risk Factor.

A doença é genética, não contagiosa, crônica e recorrente. De forma geral, apresenta pele seca, erupções avermelhadas que coçam, crostas e até bolhas, que levam a escoriações e feridas na pele de tanto coçar. Além disso, áreas espessas ou parecidas com couro, podem surgir após irritação e coceira prolongadas.

As áreas mais acometidas são: dobras dos braços e da parte de trás dos joelhos. Porém, dependendo da gravidade, o quadro pode ser mais difuso e até acometer a face.

A dermatite atópica (DA) pode também vir acompanhada de asma ou rinite alérgica, porém, com manifestação clínica variável.

Fatores de risco: alergia a pólen, a mofo, a ácaros ou a animais; contato com materiais ásperos; exposição a irritantes ambientais, fragrâncias ou corantes adicionados a loções ou sabonetes, detergentes e produtos de limpeza em geral; roupas de lã e de tecido sintético; baixa umidade do ar, frio intenso, calor e transpiração; infecções; estresse emocional e certos alimentos.

O quadro clínico da dermatite atópica muda conforme a fase da doença. É dividido em três estágios:

– Fase infantil (3 meses a 2 anos de idade).

– Fase pré-puberal (2 a 12 anos de idade).

– Fase adulta (a partir de 12 anos de idade).

Tratamento:

O objetivo do tratamento é controlar a coceira, reduzir a inflamação da pele e prevenir recorrências.

Devido à pele ressecada, começamos com o uso correto de hidratantes, a fim de aliviar o eczema, combinado com o uso de sabonetes especiais  anti-ressecamento, respeitando o pH da pele.

Anti-histamínicos (por via oral) podem ajudar a controlar a coceira. Existem ainda cremes ou pomadas com cortisona (ou esteroide). Como tem efeitos colaterais, se usados prolongadamente ou em grandes extensões de pele, seu uso é restrito e deve ser acompanhado por médico dermatologista. Como alternativa, podemos usar os derivados da calcineurina e os imunomoduladores tópicos.

A fototerapia também é uma opção de tratamento bastante eficaz no controle do eczema.

Nos casos mais graves, pode ser necessário o uso de medicações sistêmicas, incluindo corticoides e imunossupressores, como ciclosporina e metotrexate orais, entre outros. Recentemente a Anvisa aprovou o uso no Brasil do primeiro anticorpo monoclonal contra a dermatite atópica, o dupilumabe Iinjeção subcutânea) – para grau moderado ou grave da doença. 

Já em casos de complicações, como infecções secundárias, pode ser indicado o uso de antibióticos.

Orientações Gerais:

É importante seguir a orientação do seu médico dermatologista e jamais se automedicar. Além disso, deve-se evitar o contato com alérgenos ambientais, como poeira, pólen, sabonetes com perfume, produtos de limpeza doméstica e tabaco. Banhos quentes e longos devem ser evitados. O ideal é tomar duchas frias no verão, sempre que possível. No inverno, opte por água morna.

Dermatomiosite

A dermatomiosite é uma doença inflamatória crônica, não-contagiosa e rara, que causa fraqueza muscular e lesões na pele. Tem origem autoimune, onde as células de defesa do próprio corpo atacam as fibras musculares e provocam a inflamação cutânea. Não tem cura, porém existem tratamentos para seu controle adequado.

Ainda não sabemos o que causa a doença, mas já é de conhecimento a relação com alterações genéticas, influência do uso de alguns medicamentos ou por infecções virais.

É mais frequente em mulheres na fase adulta, mas pode surgir em pessoas com menos de 16 anos, sendo chamada de dermatomiosite infantil.

Algumas vezes, a dermatomiosite está associada ao câncer, onde os mais frequentes são: câncer de pulmão, mama, ovário, próstata e cólon. Também pode se associar a outras doenças da imunidade, como por exemplo a esclerodermia e doença mista do tecido conjuntivo.

Os sintomas de dermatomiosite podem ser:

  • Fraqueza muscular, especialmente nas regiões escapular, pélvica e cervical.
  • Aparecimento de manchas ou pequenos caroços avermelhados na pele, principalmente nas articulações dos dedos, cotovelos e joelhos, chamadas de sinal ou pápulas de Gottron.
  • Heliotropo – manchas violáceas ou vermelhas e edema nas pálpebras.
  • Fotossensibilidade.
  • Manchas vermelhas por vezes descamativas nas áreas expostas ao sol (decote, braços, face).
  • Dor e inchaço das articulações.
  • Febre.
  • Cansaço excessivo.
  • Dificuldade para engolir e desconforto no estomago.
  • Perda de peso.

É comum as pessoas com esta doença terem dificuldades para fazer as atividades diárias, como por exemplo, pentear os cabelos, subir escadas ou levantar da cadeira. Além disso, os sintomas da pele podem piorar com a exposição ao sol.

Nos casos mais graves ou quando a dermatomiosite surge em associação com outras doenças autoimunes, podem ainda ser atingidos outros órgãos como coração, pulmões ou rins, afetando o seu funcionamento e causando complicações graves.

O tratamento é definido de acordo com os sintomas apresentados, de uma forma geral, inclui o uso de:

  • Corticoides – é a medicação de primeira escolha no tratamento da dermatomiosite. Ele ajuda no controle da doença, tanto das manifestações cutâneas como musculares ou de outros órgãos e sistemas (reduzem a inflamação);
  • Imunossupressores como Metotrexato, Azatioprina, Micofenolato ou Ciclofosfamida – veja mais abaixo.
  • Outros remédios, por exemplo o Hidroxicloroquina – importante para aliviar sintomas como a sensibilidade à luz.

Metotrexato: pode ser utilizado por vias oral, subcutânea ou intramuscular, geralmente uma vez por semana. Seu efeito aumenta gradativamente. É indicado quando o paciente torna-se dependente ou resistente ao corticosteroide. Pode causar aftas, enjoos e alterações em alguns exames de sangue, como o hemograma e as transaminases.

Ciclosporina: seu uso, geralmente, se faz por via oral. Deve-se iniciar com doses menores e acompanhar a pressão arterial e os níveis séricos de creatinina, que avaliam a função renal. Pode causar aumento nos pelos do corpo e hipertrofia nas gengivas. Está indicada quando não há boa resposta ao metotrexato mas, muitas vezes, são usados concomitantemente.

Azatioprina: é uma medicação imunossupressora por via oral que pode ser utilizada em casos não responsivos aos tratamentos anteriores ou, eventualmente, quando precisamos diminuir o corticosteroide.

Ciclofosfamida: é utilizada geralmente por via endovenosa, quando o paciente apresenta quadro mais grave, como úlceras cutâneas ou vasculite sistêmica.

A gamaglobulina é indicada em casos refratários ao tratamento habitual e nos pacientes mais graves, internados e com evolução rapidamente progressiva. São utilizadas doses altas por via endovenosa que, muitas vezes, são repetidas mensalmente.

Hidroxicloroquina: tem indicação como tratamento coadjuvante naqueles pacientes que apresentam lesões de pele fotossensíveis (pioram com o sol).

O paciente deve utilizar filtro solar todos os dias e, se possível, várias vezes ao dia, para controlar a fotossensibilidade cutânea.

Mais recentemente, medicações conhecidas como agentes biológicos têm sido utilizados em casos graves e não responsivos aos outros tratamentos.

Verifique com seu médico ou agende consulta em caso de dúvidas.

Esclerodermia/Morfea

Esclerodermia significa ‘Pele Dura’. Trata-se de uma doença rara, inflamatória e crônica do tecido conjuntivo, onde ocorre o endurecimento da pele, torna-a espessa, lisa e sem elasticidade. É mais comum no sexo feminino, não possui causa conhecida, é considerada uma condição autoimune e não é contagiosa.

Existem basicamente duas formas de apresentação: a Localizada e a Sistêmica. Na forma Localizada, há envolvimento apenas da pele.

– Esclerodermia Localizada

A Esclerodermia Localizada é caracterizada pelo espessamento da pele devido à excessiva deposição de fibras colágenas. O colágeno é uma proteína presente na pele normal, com função de sustentação. Contudo, quando uma quantidade anormalmente grande de colágeno é produzida, a pele vai se tornar rígida e dura.

– Esclerodermia Sistêmica

A Esclerose Sistêmica é a esclerodermia que também acomete o sistema circulatório e órgãos internos, como os pulmões, coração e esôfago, acompanhada pela Reumatologia.

É subdividida em dois tipos principais 1) Morféia e 2) Linear.

A morféia é a mais comum, apresenta uma ou mais placas de pele espessada com graus variados de coloração. Na esclerodermia linear, as áreas de espessamento da pele são em forma de linha no sentido vertical do corpo.

Saiba mais:

Morféia
É a forma clínica mais comum e se apresenta como uma ou mais placas de pele espessada com graus variados de pigmentação. Uma borda de cor violeta ou rosa pode ser observada quando as lesões ainda estão em atividade ou se extendendo. Podemos classificar a morféia em diversos subtipos de acordo com a forma ou a profundidade das lesões. Por exemplo, morféia “gutata” se refere a áreas de pele espessada na forma de “gotas”, enquanto Morféia “subcutânea” sugere uma forma com envolvimento predominante dos tecidos cutâneos mais profundos, poupando de maneira relativa a pele.

Morféia generalizada
Apresenta extensas áreas da pele acometidas por lesões tipo morféia. Alguns pacientes com morféia generalizada podem também apresentar áreas de espessamento da pele em braços ou pernas, característicos da esclerodermia linear. Da mesma forma, placas de morféia são comuns na esclerodermia linear. Portanto, embora ocorra o predomínio de uma forma clínica da esclerodermia localizada, os pacientes podem apresentar mais de uma forma de envolvimento da pele.

Esclerodermia linear
Apresenta áreas lineares de espessamento da pele. Podem apresentar envolvimento profundo da pele, atingindo inclusive os músculos. As áreas mais comuns são: pernas e nos braços – quando acometem as articulações, podem acarretar limitações dos movimentos. Em alguns casos, a esclerodermia linear pode retardar o crescimento dos ossos abaixo da pele afetada.

Esclerodermia “em golpe de sabre”
A esclerodermia linear que acomete a face ou o couro cabeludo pode ter a aparência de uma linha branca, descrita como “golpe de sabre”, devido ao seu aspecto. O “golpe de sabre” está ocasionalmente associado à atrofia da face, podendo também afetar a língua e a boca.

Tratamento:

Muitos medicamentos podem ser usados, como cremes, os corticosteroides tópicos e sistêmicos, os antimaláricos, d-penicilamina, metotrexate, ciclosporina, micofenolato ou biológicos (ex: Rituximabe), isolados ou combinados. Porém, por conta de potenciais complicações, estas drogas são indicadas apenas para os pacientes com doença ativa, generalizada e rapidamente progressiva.

A esclerodermia ainda não tem cura, o paciente deve ter uma rotina com acompanhamento médico para que a melhor opção de tratamento seja apontada, objetivando o controle da doença e minimizando os riscos de sequelas.

Hidradenite Supurativa

A hidradenite supurativa é uma doença de pele crônica inflamatória, mais frequente em mulheres. Atinge normalmente algumas áreas como axilas, virilha, regiões infra-mamária, genital e glútea, pois apresentam maior concentração de glândulas sudoríparas apócrinas.

Sintomas:

Aparecimento de lesões inflamadas, como nódulos ou caroços, que podem evoluir com aberturas (fístulas) e drenagem de pus. Estes nódulos tendem a inflamar e desinflamar várias vezes no mesmo local. Com o tempo, vão surgindo novas lesões ao lado das antigas e sobre estas, cicatrizes fibróticas. As lesões podem ser muito dolorosas e com mau odor, por conta do pus. Quando ocorrem as cicatrizes, estas podem causar desconforto, dificultando a movimentação dos braços e coxas.

Causas:

As causas da hidradenite supurativa ainda não estão muito claras, mas ela pode ser considerada uma doença auto inflamatória – quando ocorre uma resposta inflamatória exagerada que agride e danifica a pele e as estruturas associadas. Parece haver uma tendência familiar para sua ocorrência. Vários estudos sugerem que a hidradenite supurativa esteja associada à obesidade e ao tabagismo, enquanto outros apontam que uma dieta muito rica em carboidratos, açúcares e gordura animal, poderiam também agravar a doença.

Tratamento:

O tratamento varia de acordo com a gravidade das lesões. Higiene adequada das regiões afetadas, evitar roupas apertadas, perda de peso, no caso de obesos e abandonar o fumo, são medidas iniciais importantes.

Podem ser usados antibióticos em cremes ou de via oral. Para algumas mulheres, o uso de anticoncepcionais hormonais pode ajudar.

Algumas lesões crônicas ou extensas, associadas a cicatrizes, podem precisar de tratamento cirúrgico. Nos casos mais graves, os medicamentos imunossupressores são indicados.

É fundamental o acompanhamento regular com seu dermatologista.

Micoses

São infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e o cabelo. A transpiração, o calor e a umidade são alguns fatores que favorecem o surgimento das micoses superficiais.

Alguns exemplos de micoses superficiais:

–  Pitiríase Versicolor – é muito comum, especialmente entre jovens, de evolução crônica e recorrente. Pessoas com a pele oleosa são mais susceptíveis a apresentar esse tipo de micose, também conhecida como micose de praia ou pano branco, e que é causada por fungos do gênero Malassezia. Características: manchas brancas, descamativas, que podem estar agrupadas ou isoladas. Áreas mais comuns: parte superior dos braços, tronco, pescoço e rosto. Ocasionalmente, podem se apresentar como manchas escuras ou avermelhadas.

– Tineas (tinhas) – doenças causadas por um grupo de fungos que vive às custas da queratina da pele, pelos e unhas. Estes fungos podem ser zoofílicos (encontrados em animais), geofílicos (encontrados no solo) e antropofílicos (encontrados nos homens). Surge como manchas vermelhas de superfície escamosa, crescem de dentro para fora, com bordas bem delimitadas, apresentando pequenas bolhas e crostas. A coceira é principal sintoma.

– Candidíase – infecção pela cândida pode comprometer isoladamente ou conjuntamente a pele, mucosas e unhas. É um fungo oportunista, assim, existem situações que favorecem seu desenvolvimento, como baixa da imunidade, uso prolongado de antibióticos, diabetes e situação de umidade e calor. Pode se manifestar de diversas formas, como placas esbranquiçadas na mucosa oral, comum em recém-nascidos (“sapinho”); lesões fissuradas no canto da boca (queilite angular) mais comum no idoso; placas vermelhas e fissuras localizadas nas dobras naturais (inframamária, axilar e inguinal), ou envolver a região genital feminina (vaginite) ou masculina (balanite), provocando coceira, manchas vermelhas e secreção vaginal esbranquiçada.

 – Onicomicoses – trata-se da principal causa de alteração ungueal vista nos consultórios. Surge nas unhas (pés e/ou mãos). São raras na infância, mais comuns em adultos com mais de 55 anos. Características: a unha pode se descolar do leito e se tornar mais espessa; também pode promover mudança na coloração e na forma.

Urticária

Urticária: lesão avermelhada, que aparece em placas e com relevo, provocando coceira. Pode ser desencadeada por medicamentos, alimentos, picadas de inseto ou contato com substâncias como por exemplo, látex e tintas.

É mais comum em adultos jovens (entre 20 e 40 anos), porém pode ocorrer em qualquer idade.

Tipos

De acordo com o tempo de duração, a urticária pode ser:

  • Urticária aguda: quando os sinais e sintomas desaparecem em menos de seis semanas.
  • Urticária crônica: quando os sintomas duram por seis semanas ou mais.

De acordo com a causa, a urticária é classificada em:

  • Urticária induzida: quando um fator é identificado, como drogas, alimentos, infecções, estímulos físicos (calor, frio, sol, água, pressão).
  • Urticária espontânea: quando a doença ocorre sem uma causa identificada, também chamada de urticária idiopática.

Também existe uma complicação chamada anafilaxia, na qual a reação envolve todo o corpo, causando náuseas, vômitos, queda da pressão arterial e edema de glote (garganta) com dificuldade para respirar. Esses casos são graves e precisam de atendimento de emergência.

Tratamento:

O primeiro passo é determinar o tipo de urticária (crônica ou aguda / espontânea ou induzida). No caso das agudas e induzidas, o ideal é afastar a causa quando possível. Além do tratamento específico, a dieta alimentar costuma ajudar na melhora mais rapidamente, evitando o reaparecimento das lesões durante o tratamento.

Nos casos de urticaria crônica espontânea, aproximadamente 25%~33% dos pacientes não respondem ao tratamento com antialérgicos, mesmo em doses aumentadas. Nesses casos, são avaliadas outras opções de tratamento mais modernas já disponíveis no Brasil.

Na grande maioria dos casos, a urticária é benigna e desaparece espontaneamente em horas ou dias. O tratamento, visa o alívio dos sintomas, principalmente a coceira.

Os anti-histamínicos mais antigos, como hidroxizina e difenidramina provocam sonolência e podem ser benéficos quando o paciente tem dificuldades para dormir. Já os anti-histamínicos de 2ª geração (mais novos) são os mais usados, pois provocam menos efeitos colaterais e tem uma duração maior. Entre os novos anti-histamínicos podemos destacar: loratadina, desloratadina, fexofenadina, cetirizina e levocetirizina.

Se o caso for grave e o paciente não estiver respondendo a elevadas doses de anti-histamínicos, o uso de corticoides, como a prednisona ou prednisolona, pode ser indicado por alguns dias – sempre com acompanhamento médico.

A urticária pode ser controlada em mais da metade dos casos entre seis meses até um ano. A melhor forma de evitá-la é a pessoa se afastar, se possível, daquilo que provoca a alergia. Também é indicado evitar calor, bebidas alcoólicas e estresse, pois são fatores que pioram a irritação. A dieta alimentar (sem corantes, conservantes, embutidos [frios, salsicha etc.], enlatados, peixe e frutos do mar, chocolate, ovo, refrigerantes e sucos artificiais) costuma ajudar a melhorar o problema.

Ao longo da vida, uma em cada cinco pessoas terá pelo menos um episódio de urticária.

Vitiligo

O vitiligo é uma doença genética e autoimune, caracterizada pela perda da coloração da pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou à ausência de melanócitos (células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele) nos locais afetados.

São manchas brancas com bordas irregulares, mantendo a textura normal da pele, normalmente assintomáticas (ardem apenas com exposição exagerada ao sol, pois são áreas mais sensíveis). Podem se apresentar com diversos padrões diferentes: unilateral (acomete um membro só), simétrica (acomete os dois lados, como as duas mãos, ao redor da boca, perioculares) ou até difusa. 

O Vitiligo acomete cerca de 1% da população mundial e 0,5% da brasileira, e não é transmissível.

Os cuidados necessários para os portadores de vitiligo são:

– proteger do sol, usando medidas fotoprotetoras (filtro solar, camisas e chapéus com filtro UV);

– evitar roupas apertadas, ou que provoquem atrito ou pressão sobre a pele;

– controlar o estresse. Alterações ou traumas emocionais também podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença.

A doença não tem cura, mas existe tratamento. O objetivo é o controlar, impedindo o aumento das lesões (estabilização do quadro) e repigmentando a pele. O tratamento é individualizado e pode ser realizado cremes (corticoides ou imunomoduladores), imunossupressores orais ou injetáveis, fototerapia, laser ou até técnicas cirúrgicas de transplante de melanócitos. Existem medicamentos em estudo que devem surgir em médio prazo.

Pacientes que tem grande extensão de pele acometida também podem optar por despigmentar o restante de pele com cor normal, através de agentes químicos, crioterapia ou laser. Fale com seu Dermato.