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O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE O CÂNCER DA PELE

O verão chegou. Chamamos esse mês de “Dezembro Laranja” exatamente por conta da estação do ano que mais exige cuidados com a pele.

Manchas, queimaduras, envelhecimento precoce e o câncer da pele estão em foco.

Nesta matéria, explico o câncer da pele, formas de prevenção, diagnóstico, tipos e tratamentos.

O tipo não melanoma é o mais frequente no Brasil e representa cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país (dados do INCA).

Por ano, são diagnosticados mais de 180 mil novos casos. Precisamos mudar isso através da informação. Tanto para evitar o problema ou, quando não for possível, para detectá-lo cedo.

Informação é poder!

O sol…

O sol produz raios invisíveis, a radiação ultravioleta, também conhecida pela sigla UV, que pode ser subdividida em três tipos de raios, UVC, UVB e UVA, de acordo com o seu comprimento de onda. A exposição aos raios ultravioleta, em horários de alta radiação, é considerada a principal causa do surgimento do câncer de pele.

Os raios UVA são os responsáveis pelo bronzeamento solar, mas, em excesso, podem provocar o envelhecimento precoce, em razão da destruição de fibras de colágeno e elastina, responsáveis pela elasticidade da pele.
Já os raios UVB atingem camadas mais profundas da pele e, em excesso, podem provocar queimaduras, envelhecimento precoce e levar ao câncer da pele.

Por isso, dermatologistas de todo o Brasil reforçam a necessidade do uso do protetor solar, todos os dias! Mesmo em ambientes fechados ou dias nublados / chuvosos.

O câncer da pele é mais comum em pessoas acima dos 40 anos e de pele clara, sensíveis à ação dos raios solares, com história pessoal ou familiar deste câncer e/ou com doenças da pele.

Formas de prevenção

A barraca de praia deve ser de lona ou algodão – as de nylon não protegem adequadamente. Estima-se que 95% dos raios UV ultrapassam o nylon.

Já existem barracas e roupas com filtro UV no mercado brasileiro.

Outra opção complementar é o chamado ‘protetor solar oral’ ou em cápsulas. Trata-se do extrato do Polypodium Leucotomos, que age na proteção solar de dentro para fora, aumentando a tolerância ao sol.

Indico em casos de:
– atletas e outros profissionais que trabalham ao ar livre;

– casos de herpes simples de repetição;

– manchas resistentes, entre elas o melasma;

– portadores de vitiligo;

– pessoas com alta sensibilidade à luz (erupção poliforma à luz e urticária solar e porfiria);
– pessoas com lesões pré-malignas (ceratoses actínicas);
– pessoas no grupo de risco e com histórico familiar de câncer de pele;
– pessoas que já tiveram câncer de pele.
Obs: O filtro solar tópico deve ser usado, esse é um recurso complementar!

Lembrando que, as crianças e adolescentes também devem usar filtro solar diariamente. Os efeitos dos raios solares são cumulativos, por isso o cuidado deve começar cedo!

Obs.: abaixo de 6 meses de vida não é indicada a exposição solar.

Diagnóstico

Em casa, pode ser aplicada a Regra do ABCDE, que são dicas para realizar o autoexame e que ajudam a identificar um possível melanoma.

Observe:

Assimetria – imagine que o sinal ou pinta foi dividido ao meio. Ele teria os dois lados simétricos. A forma irregular é um dos sintomas do câncer;
Bordas Irregulares – se tiver bordas que parecem um mapa, é outro sintoma. As pintas e sinais devem ter bordas lisas;
Cor – o normal é ter um tom de marrom, mas se ele alterar de cor e ficar com tons de vermelho, branco, preto ou cinza-azulado é mais um motivo de suspeita;
Diâmetro – se o sinal/pinta tiver mais de 0,6cm, é um forte indício de melanoma;
Evolução – modificações ou crescimento do sinal é também indicação de câncer.

Estar atento ao seu corpo é fundamental, dos seus familiares também, assim como fazer sua consulta de rotina no dermatologista, para acompanhar os sinais já observados.

Em consulta, o diagnóstico do câncer da pele geralmente envolve:

 -Exame físico – o dermatologista observa o tamanho, forma, cor e textura das lesões em questão, e se há sangramento ou descamação. Havendo suspeita, seguimos para os exames complementares. São eles:

-Dermatoscopia – o nome dado ao exame realizado pelo médico dermatologista que permite estabelecer o diagnóstico mais preciso das lesões pigmentadas da pele, que são conhecidas como pintas ou nevos melanocíticos (sinais na pele).

-Biópsia –  trata-se da remoção de uma pequena quantidade de tecido, para que seja enviada para exame anatomopatológico.

Existem diferentes tipos de biópsias, o método escolhido dependerá do tamanho da área afetada e da sua localização no corpo.

No caso de melanoma, a biópsia é a única forma de se obter um diagnóstico definitivo.

 Anualmente, como forma de cuidados com a pele e saúde, a Dermatoscopia deve ser realizada, com ou sem suspeita, em casos de:

Tipos

-Carcinoma basocelular – tipo mais comum, surge nas células basais (camada mais profunda da epiderme). Tem baixa letalidade e pode ser curado, se diagnosticado precocemente. Atinge, na maioria das vezes, pessoas de pele clara.
-Carcinoma espinocelular – costuma ter maior incidência em homens e em pessoas com muita exposição solar ao longo da vida.
-O Melanoma – possui aparência de pinta ou sinal na pele, tem alterações de tonalidade, costumam medir mais de 6mm e tem bordas irregulares. Origina-se nos melanócitos (células que produzem melanina). Em casos avançados, pode haver metástase e a redução das possibilidades de cura. Representa apenas 3% dos tumores na pele, porém é o tipo mais grave da doença.

Tratamento

 O corpo humano é composto de trilhões de células vivas. Quando falamos em câncer, apesar de seus diferentes tipos, saiba que ele começa devido ao crescimento e multiplicação anormal/descontrolada das células.

No caso do câncer da pele, o tratamento depende do seu tipo e ainda outros fatores.

Sendo basocelular ou espinocelular, avalia-se o tamanho e localização do tumor, ainda se está disseminado e claro, além do estado geral do paciente. As opções de tratamento podem incluir cirurgia, terapia local, radioterapia, quimioterapia e terapia-alvo (medicamentos para identificar e atacar as células cancerígenas).

Já para os casos de melanoma, a cirurgia é a principal opção de tratamento. De forma geral, pode ser:

– Excisão ampla (estágios I e II) – é como uma biópsia com margens maiores. Em seguida, analisa-se a amostra retirada, para verificar se não existem células cancerosas nas bordas da pele. A coleta é feita com anestesia local.

No caso de estágio III, em geral, requer excisão ampla do tumor primário, com dissecção dos linfonodos.

– Cirurgia de Mohs

Etapas:

 Em casos mais graves ou descobertos tardiamente, se o melanoma se espalhou para outros órgãos, como pulmões ou cérebro, a cirurgia já não é mais uma opção curável. Desta forma, o tratamento se volta ao controle da doença e melhor qualidade de vida para o paciente.

Importante destacar que, em qualquer caso, é necessária uma equipe multidisciplinar, geralmente composta por dermatologista, oncologista, cirurgião e radioterapeuta.

 Visite seu dermatologista, pelo menos, uma vez ao ano e foco no filtro solar!

A pele é o maior órgão do corpo humano, cuide bem dela!

 Dra. Rachel Rosado | Dermatologista e Reumatologista